O que é "Transplante de Órgãos"?

 

O que é

O transplante, também chamado de transplantação, é a transferência de células, tecidos e órgãos vivos com a finalidade de restabelecer uma função perdida.

De modo geral, há dois tipos de transplantes: o autólogo, cujas células, tecidos ou órgãos são retirados da própria pessoa e implantados em um local diferente do corpo; e o alogênico, que compreende a retirada de material de outra pessoa (doador) para ser implantada no paciente (receptor).

A maioria dos transplantes é realizada com a utilização de órgãos de indivíduos que morreram recentemente, embora em alguns casos o material possa ser retirado de um doador vivo – o que oferece um risco bem menor ao receptor. Contudo, nem sempre é possível encontrar um doador vivo e nem todos os órgãos do corpo podem ser retirados.

Além disso, uma questão importante é o risco de rejeição. Isso ocorre quando o sistema imunológico do receptor, responsável por combater as ameaças externas (bactérias, vírus, células cancerosas, por exemplo), não reconhece o novo tecido e passa a produzir anticorpos contra ele. Essa reação do organismo acaba causando a destruição do órgão transplantado e, em casos extremos, pode levar à morte.

Para evitar a rejeição, o transplante é realizado apenas após a verificação de compatibilidade de sangue e antígenos, ou seja, das moléculas do corpo capazes de iniciar a resposta imune. Quanto maior a compatibilidade dos antígenos do doador e do receptor, mais altas são as chances de o procedimento ser bem sucedido.

Mesmo que a compatibilidade seja alta, os tecidos são rejeitados. Por esse motivo, os pacientes devem se submeter a medicamentos imunossupressores permanentemente na maioria dos casos. Transplantes autólogos não oferecem risco de rejeição já que o código genético do material é o mesmo.

 

Tipos

 

Os transplantes mais realizados no mundo são os de medula óssea, rim, fígado, coração, pulmão e pâncreas. Podem ser também utilizados intestinos, córneas, pele, osso, válvulas cardíacas e tendões. Atualmente, equipes médicas internacionais têm tido sucesso no transplante de rostos e membros como mãos e pernas.

 

Pacientes com insuficiência renal podem se submeter ao procedimento como uma alternativa à diálise. Além disso, a doação pode ser feita por um doador vivo, já que cada indivíduo tem dois rins, e a retirada de um não acarreta mudanças significativas no organismo. A cirurgia envolve o enxerto do órgão, conexão dos vasos sanguíneos e do trato urinário do receptor.

 

O transplante de fígado é a única opção para indivíduos cujo órgão deixa de funcionar. Em alguns casos, é possível enxertar apenas parte (entre 20% a 60%) do fígado retirado de um doador vivo. Essa prática é mais comum quando o receptor é um bebê ou uma criança. Pela capacidade de regeneração do órgão, casos bem sucedidos mostram recuperação de até 90% do volume normal do fígado.

 

Procedimentos envolvendo o coração são indicados para pacientes que apresentam doenças cardíacas graves e não podem ser tratados com medicamentos ou outras cirurgias. Em casos em que uma doença pulmonar provocou lesão cardíaca, o transplante de ambos os órgãos é realizado de forma combinada. O pulmão pode ser de um doador vivo (apenas um lado) ou falecido (os dois lados). Com o objetivo de prevenir mais complicações decorrentes do diabetes, o transplante de pâncreas é realizado.

 

Inicialmente realizado para o tratamento da leucemia, e outras doenças do sangue, o transplante de medula óssea atualmente beneficia pacientes com outros tipos de câncer que se submetem a quimioterapias e radioterapias. Desta maneira, o líquido da medula é retirado antes do tratamento e posteriormente injetado no corpo para a recuperação. A medula óssea também pode ser obtida de um doador vivo compatível.

 

 

Como é a Lei de Transplantes?

A legislação em vigor determina que a família será a responsável pela decisão final, não tendo mais valor a informação de doador ou não doador de órgãos, registrada no documento de identidade.